Cego é quem não Lê

 Quantos olhares valem do poeta uma palavra

Se imagem qualquer vale por mil delas na tempestade

- e se a imaginação transforma em miragem som e imagem -

• Qual é a fonte mesmo do poder? 

A mais recente edição de contação de histórias do projeto Hora do Conto de Fadas - 5 de Setembro, quinta-feira, 15h, na Biblioteca da Restinga - teve como foco central a linguagem dos sentidos, o dialogismo da alma humana com a materialidade do mundo. A Fada, personagem vivida pela contadora de histórias Cristina Crescente, aprontou mais uma das suas: convidou o músico Luan Richard para tocar e cantar para as crianças da EMEI Florência Vurlod Socias, ele que além do artista versátil que é (fez participações em shows de Ronie Von e Sílvio Brito, toca violão e baixo nos mais diferentes estilos, rap, black metal, faz vinhetas e comerciais, além de produzir a banda de reagee Tribo de Jah) é cego de nascença. Então a Fada fez várias reflexões acerca da inclusão ou segregação das pessoas “diferentes”. Perguntou à planteia atenta se “só se pode ler com os olhos”, acrescentando, a seguir, que “não, porque os outros sentidos, tato, audição, palato e olfato também possibilitam diferentes leituras do mundo, expressos pelos sentimentos e emoções. Por exemplo, no caso do Luan, que é cego, aprendeu a “ver” além das aparências pois vê com a própria alma. A leitura de si, do outro e do mundo é feita com maior profundidade quando intermediada pelos sentidos”.

Foi uma tarde inesquecível, com direito a literatura, teatro, música e diversas brincadeiras. Também, já entrando no clima de primavera, fizemos o plantio de duas árvores de frutas nativas, uma pitangueira e uma cerejeira, que dentro de pouco tempo farão a festa das borboletas, dos passarinhos e das crianças. Ver para crer.  

Luan Richard, 22 anos, 2 CDs lançados: “Releitura” (MPB) e “A Força do Amor”.

Depoimento do músico  extraído da página http://luanmusical.webs.com/minhahistria.htm:

"Aos 10 anos... tive minha primeira experiência...apresentando-me em um evento que se realizava na BIBLIOTECA BRALE DO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO que se chamava QUAL É A SUA ARTE".

 “Este CD (A Força do Amor) dedico a todos aqueles que acima de tudo amam.

...força extrema, o amor. Amor pela vida, Amor pela musica, Amor pelo prazer, Amor pela dança, Amor pelos outros, ou simplesmente amor pelo amor.

Amor com vontade, amor com sinceridade, amor sem maldade. Amor com força. E é com toda força do meu amor por tudo que lhes dedico este trabalho...Agradeço a todos que a mim se juntaram e acreditaram no meu trabalho, e pela paciência com a minha pessoa. A todos, meu super abraço...

Feira de Troca de Livros de Porto Alegre

Feira do Livro na Restinga?

Marina Junqueira, Ananda, Daiana, Gabriel e Thiago são estudantes do 3º ano (ensino médio) da Escola Estadual de Ensino Médio Raul Pilla. São jovens na faixa dos 16 a 18 anos com as inquietudes e o idealismo próprios da idade.  
Preocupados com a inexistência de espaços culturais no bairro, a exclusão social da juventude, o não acesso da população aos bens culturais etc., tiveram a brilhante ideia de distribuir livros através do que denominaram Ação social para formação de novos leitores na Comunidade.

Procuraram o apoio da Biblioteca Josué Guimarães – Ramal 1 Restinga – que prontamente reconheceu o mérito da iniciativa e doou mais de 600 volumes, entre didáticos, literatura adulta e infanto-juvenil e revistas. Arrecadaram mais 650 livros com a EEEM. Raul Pilla e com moradores anônimos da Restinga e pronto! estava montada a muvuca, ou melhor, a Ação Social, que contou ainda com o apoio do CAR – Restinga e da EMEI Florência Vurlod Sociais.
 

Além de servir de ensaio e motivação para a tradicional Feira do Livro - que só acontece em Novembro, no centro de Porto Alegre - a Feira do Livro da Restinga mostrou a viabilidade técnica de realizarem-se feiras regionais descentralizadas, nos principais bairros da cidade, durante o ano inteiro.

Marina Junqueira e Daiana Reidel estrearam como mediadoras de leitura focando livros infanto-juvenis do acervo permanente da Biblioteca Ramal 1. Brilharam as novas contadoras de histórias como se já fossem veteranas...

O público adorou a iniciativa, comparecendo e prestigiando o Evento que, ao final, distribuiu 925 obras literárias.

Parabéns aos jovens promotores!  

 Data: 29/08/2013

Horários: das 10h às 12h  e das 13h às 17h.

Local: Sala Mário Quintana do CAR - Restinga (Rua Antônio Rocha  Meirelles Leite, 50 – Restinga Nova)

oficina POESIA e FORMA

C O N V I T E

Doação de livros no bairro Restinga

Ação social para formação de novos leitores na Comunidade

Haverá contação de histórias (Hora do Conto) aos alunos da EMEI Florência Vurlod Sociais, aberta ao público em geral.

O projeto é mediado pelos alunos do 3º ano - ensino médio - da Escola Estadual de Ensino Médio Raul Pilla, orientado pela professora de educação física Darlane Lúcia Teixeira.

                                                              Data:          29/08/2013- 5ª feira

                                                              Horários: 10h às 12h manhã.

                                                                                   13h às 17h tarde.

Local:           Sala Mário Quintana do CAR - Restinga (Rua Antônio Rocha  Meirelles Leite, 50 – Restinga Nova)

Informações:    51)3245-1334,(51)8474-7770(c/Marina) ou bibtinga@gmail.com

Promoção:         Grupo cultural do 3º ano médio da E.E.E.M. Raul Pilla

Apoios:               Biblioteca Josué Guimarães – R1 – Restinga (doou cerca de 500 obras entre livros e revistas) e CAR - Centro Administrativo Regional da Restinga.

AVISO DE UTILIDADE PÚBLICA

SOMENTE EXPEDIENTE INTERNO NA BPMJG - R 1 - RESTINGA

• PERÍODO DE 16 A 20 DE SETEMBRO 

•  Motivo: troca de mobiliário, reorganização do acervo e implementação do novo design espacial da Biblioteca

Devoluções de obras emprestadas (com prazo de vencimento no período), serão aceitas  no dia 23 de Setembro, sem cobrança de multas por atrazo.
Agradecemos a compreensão de todos.

Flor africana Obax fecha com chave de ouro festival de inverno da biblioteca da Restinga

OBAX (Brinque-Book, 2010)

Texto e ilustrações de André Neves

Contação de Teka Barcellos para crianças da Creche Arco-Íris I, dia 31 de Julho.

O livro narra a história fantástica da pequena aldeã Obax (flor) e do seu amigo Nafisa (pedra preciosa), elefante que havia se perdido da manada e vivia sozinho na savana.

Ela adorava contar histórias - e como era imaginativa! Certa vez, contou aos amigos que vira cair do céu uma chuva de flores. Todos acharam um despropósito da menina a tal de chuva de flores justo no deserto onde nem chuva de água cai... É que Obax era muito imaginativa, criava mundos paralelos que iam além da compreensão simples do povo da aldeia... Onde já se viu chuva de flores onde nem água existia?

Incompreendida e triste, saiu pelo mundo à procura da chuva de flores, acompanhada pelo amigo elefante. Cruzaram florestas, desertos, savanas, montanhas e vales, deram a volta ao mundo e nem sinal da tal chuva de flores. Será que ela existe mesmo?

Lá pelas tantas encontram uma baobá gigante, de tronco grosso, forte e rugoso. Diz a lenda que aquele que se recosta nesta árvore sagrada, encontra repouso e sonha com muitas histórias, até com histórias de chuva de flores...

 Contação de história era uma função sagrada na antiguidade, quando não havia livros e a memória ancestral era transmitida assim, através da história oral, de uma geração a outra.
 As ilustrações do livro são de uma beleza plástica impressionante:

Capa – o título OBAX em letras grandes, vermelhas e brilhantes, dando-nos a ilusão ótica de um alto relevo. 
No meio da capa - a figura de uma pequena menina, próxima a uma pedra muito importante que esconde um segredo, só revelado aos que lerem o livro.  
Os desertos e savanas são tingidos de laranja e vermelho evocando o sol e as cores prediletas dos africanos.

André Neves explica que a história é um texto de ficção, ambientado na África, 

 não é um reconto. Para escrevê-lo,o autor fez  pesquisas sobre os costumes,  as manifestações artísticas,   vestimentas, as artes dos  grupos étnicos espalhados  pela Nigéria, Costa do Marfim, Senegal, Mauritânia e Mali. Sua atenção  se voltou para  as mulheres das tribos, surgindo daí a história de uma  menina africana. 

Um dos cinco livros brasileiros selecionados para constar no catálogo “White Ravens” (2011) da biblioteca infanto-juvenil de Munique.